Como remover amônia de efluente sanitário?

A presença de amônia em efluentes sanitários representa um dos principais desafios operacionais em sistemas de tratamento de esgoto no Brasil e no mundo. A busca por tecnologias para reduzir a amônia em efluentes sanitários tem crescido devido às exigências ambientais mais rigorosas e à necessidade de proteger corpos hídricos sensíveis.

A amônia (NH₃/NH₄⁺) é um composto nitrogenado presente naturalmente em esgotos sanitários devido à degradação da matéria orgânica nitrogenada (ureia, proteínas). No efluente ela se encontra em equilíbrio entre amônia livre (NH₃) e íon amônio (NH₄⁺), dependendo de pH e temperatura.

Além de ser um parâmetro regulatório, a remoção de amônia contribui para evitar processos de eutrofização, toxicidade para a biota aquática e dificuldades operacionais em unidades de tratamento. Por isso, conhecer as tecnologias disponíveis é essencial para tomada de decisão e investimentos mais eficientes.

O que é a remoção de amônia em efluente sanitário?

A remoção de amônia consiste na transformação ou retirada do nitrogênio amoniacal presente no esgoto. Este composto se origina da degradação da matéria orgânica nitrogenada e é encontrado em forma dissolvida, podendo estar nas formas amônia livre (NH₃) ou íon amônio (NH₄⁺). O gráfico abaixo mostra a porcentagem de abundância de suas formas.

Fonte: (https://www.researchgate.net/figure/Percent-abundance-of-ammonia-and-ammonium-across-a-range-of-pH-values-in-a-closed_fig4_352518096)

O controle e a remoção desse parâmetro são realizados para atender legislações ambientais, evitar impactos ecotoxicológicos e possibilitar o reúso seguro da água tratada.

 

Por que reduzir a amônia em efluente sanitário é importante?

Atuar na redução de amônia em efluentes sanitários é essencial para:

  • Minimizar impactos ambientais em corpos receptores;
  • Evitar consumo excessivo de oxigênio dissolvido, que pode resultar em mortandade de peixes;
  • Prevenir eutrofização e proliferação excessiva de algas;
  • Atender padrões regulatórios cada vez mais restritivos;
  • Viabilizar o uso industrial, urbano e agrícola da água tratada.

No contexto global, países como Alemanha, Estados Unidos e Japão têm metas ambiciosas para redução de nitrogênio total, motivando avanços tecnológicos constantes. No Brasil, algumas regiões vêm atualizando seus padrões ambientais, impulsionando a adoção de sistemas mais eficientes.

 

Principais tecnologias para reduzir amônia em efluente sanitário

A seguir, apresentamos as principais abordagens adotadas no Brasil e no mundo para redução de amônia em esgoto sanitário:

1. Processos Biológicos: Lodos Ativados, MBBR, MBR

Nitrificação–Desnitrificação Convencional
Conversão da amônia em nitrito/nitrato (nitrificação), seguida de sua transformação em nitrogênio gasoso (desnitrificação). Amplamente aplicada em estações de tratamento de esgoto (ETEs).

2. Processos Físico-Químicos

Stripping de Amônia
Remoção por volatilização em torres de aeração. Podendo haver necessidade de ajuste de pH para melhorar a eficiência.

Adsorção (Zeólitas, Carvão Ativado)
Uso de materiais porosos para captura da amônia. Adequado para fluxos de baixa concentração.

Precipitação Química Estruvita (MgNH₄PO₄·6H₂O)
Reúso do fósforo e nitrogênio na forma de fertilizante.

 

Como aplicar tecnologias para reduzir amônia em efluente sanitário

Para a aplicação prática depende de características como:

  • Concentração de amônia;
  • Carga orgânica;
  • Estabelecimento de metas regulatórias;
  • Espaço disponível;
  • Custos de CAPEX e OPEX.

Boas práticas e erros comuns

Boas práticas

  • Monitorar amônia, nitrito, nitrato e OD continuamente;
  • Manter controle de alcalinidade e pH;
  • Dimensionar corretamente aeração e tempo de detenção;
  • Treinar operadores para ajustes dinâmicos.

     

Erros comuns

  • Subestimar a carga nitrogenada real;
  • Ignorar impactos de temperatura no processo;
  • Baixa sinergia no controle dos sólidos suspensos e idade do lodo.

     

Conclusão

As tecnologias para reduzir a amônia em efluentes sanitários estão evoluindo rapidamente, impulsionadas por demandas ambientais, melhoria da qualidade da água e metas de sustentabilidade. A escolha da solução ideal depende de análises integradas que consideram custo, operação, eficiência e contexto regulatório.

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