Gerar biogás a partir de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) é uma forma sustentável de aproveitar a matéria orgânica dos resíduos, reduzindo custos energéticos e impactos ambientais.
Etapas Principais para Gerar Biogás
- Produção do lodo: Durante o tratamento do esgoto, ocorre a formação de lodo biológico, resíduo rico em matéria orgânica, que é a principal matéria-prima para a produção de biogás.
- Digestão anaeróbia: O lodo é encaminhado para um biodigestor anaeróbio, onde microrganismos degradam a matéria orgânica sem oxigênio. Isso gera biogás e digestato.
- Captação e armazenamento: O biogás é coletado no biodigestor e armazenado em reservatórios. Pode ser purificado para aumentar a concentração de metano.
- Aproveitamento energético: O biogás pode ser usado para geração elétrica, térmica ou transformado em biometano para uso como combustível.
Tecnologias Comuns em ETEs
- Reatores UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket): tratam esgoto de forma anaeróbia e geram biogás diretamente.
- Digestores fechados de lodo: ideais para grandes ETEs.
- Lagoas anaeróbias cobertas: solução de menor custo, onde a lona capta o biogás.
Benefícios
- Redução de custos com energia elétrica.
- Menor emissão de gases de efeito estufa.
- Destinação mais sustentável do lodo.
- Possibilidade de gerar receita com créditos de carbono ou venda de energia.
Pontos de Atenção
- Necessário controle da carga orgânica e temperatura para manter a digestão eficiente.
- Tratamento do H2S (altamente corrosivo).
- Avaliar viabilidade econômica: exige investimento em biodigestores e sistemas de aproveitamento.
Fluxograma do Processo de Geração de Biogás

Estimativas de Produção de Biogás (Resumo)
A produção de biogás depende da carga orgânica do esgoto, eficiência da digestão e condições operacionais. Valores típicos para ETEs são:
- ETE Pequena (100 m3/dia): ~4 m3 de biogás/dia (~84 MJ/dia).
- ETE Média (1.000 m3/dia): ~42 m3 de biogás/dia (~840 MJ/dia, equivalentes a ~70 kWh/dia de eletricidade).
Esses valores são estimativas conservadoras, podendo variar com a qualidade do esgoto, tipo de digestor e adoção de tecnologias de pré-tratamento ou co-digestão.
Desafios Operacionais
- Controle da carga orgânica e estabilidade do digestor.
- Necessidade de remover gases corrosivos (H2S) do biogás.
- Manutenção preventiva de equipamentos e monitoramento contínuo. Complexidade de operação.
Vantagens da Terceirização da Operação
- Equipes especializadas garantem maior eficiência e segurança.
- Redução de riscos de falhas operacionais.
- Acesso a tecnologias e práticas atualizadas.
- Foco da empresa/município na atividade principal, delegando a gestão técnica.

Conclusão
A geração de biogás a partir de Estações de Tratamento de Efluentes representa uma solução estratégica para transformar um resíduo inevitável — o lodo — em uma fonte renovável de energia. Ao incorporar tecnologias adequadas e boas práticas operacionais, é possível reduzir custos, minimizar impactos ambientais e aumentar a eficiência energética do sistema de saneamento. Embora haja desafios relacionados ao controle do processo, à remoção de contaminantes e ao investimento inicial, os benefícios superam amplamente as dificuldades, especialmente quando se conta com equipes especializadas ou serviços terceirizados para garantir desempenho e segurança.
Assim, o aproveitamento do biogás consolida-se como um caminho viável, sustentável e alinhado às demandas atuais por inovação e economia circular no setor de saneamento.
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